3ºAV 2016

A RETOMADA DO CONSERVADORISMO NO BRASIL          

 Gabriel Sancler

Daniela Andrade

Keren Libny

 Brenda Santos

Jorsônia Souza

Ingryd Santana 

RESUMO: O artigo a seguir trará ao debate, de forma objetiva, a discussão sobre a retomada do conservadorismo no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Conservadorismo, tradicionalismo, raízes, catolicismo, moral, ética, valores, principio, bons-costumes 

Para iniciarmos a discussão, precisamos entender o real significado do conservadorismo. Segundo o dicionário, a palavra conservadorismo, é um substantivo, característica do que é conservador, avesso a mudança. Ideologia do apego as raízes históricas de uma sociedade, as tradições e instituições herdadas, nos moldes preconizados pelo estadista irlandês Edmund Burke (1729-1797). Qualquer ideologia fundada na tradição e contrária a inovações políticas e/ou sociais. O vocábulo “conservador” indica o apoio a princípios e valores atemporais, que devem ser conservados apesar de toda mudança  histórica.

O conservadorismo está aliado ao tradicionalismo (Sistema filosófico ou político que utiliza a tradição como base e norma de decisão.), e a transformação gradual (Movimento defensor da tese de que a evolução ocorre através do acréscimo de pequenas alterações ao longo de várias gerações.), que em geral se opõe a transformações repentinas de determinado marco econômico, político-institucional ou na doutrinação de crenças, usos e costumes de uma sociedade. Um movimento de pensamento político que surgiu na Inglaterra, no final do século XVIII, pelo político Edmund Burke, como resposta á Revolução Francesa, cujas fantasias teve por resultado imediato a insegurança política e crise social na França. O pensamento conservador ampliou-se por todo o mundo com mais intensidade após o período do terror jacobino, onde, no auge da Revolução, causou a morte de mais de 35 mil pessoas.

No Brasil, uma rica tradição conservadora ajudou a construir o país e a definir os rumos da nação  no século XIX. O conservadorismo obteve uma possante influencia intelectual e política durante a segunda metade do século XIX, onde dividia com o liberalismo o protagonismo no quadro político da monarquia parlamentar constitucional. Na época, tínhamos um imperador, um gabinete de ministros (poder executivo), um parlamento (câmara de deputados e um senado, que eram o poder legislativo), uma constituição (de 1824) e eleições. Os conservadores eram conhecidos como “Saquaremas”, referência ao município fluminense onde alguns conservadores reuniam-se com frequência, e influenciados pelos diferentes conservadorismo de países como Inglaterra, Espanha, França e Portugal, mas desenvolveram um conservadorismo genuinamente brasileiro. Contudo, importavam ideias e práticas estrangeiras, porém, adaptavam ao legado português e católico, e á realidade do país. 

O Partido Conservador reunia diferentes orientações conservadoras, porém, seus membros estavam de acordo com a visão de país e de política profundamente influenciada pela herança portuguesa e pelo catolicismo. Sob gabinetes conservadores foram operadas grandes mudanças sociais no Brasil, como a abolição da escravatura, mostrando não ser, na época, um partido reacionário.

O século seguinte (XX), houve no  Brasil o período de ditadura militar. Durante e após este período, contamos com grandes intelectuais que divulgaram o conservadorismo político. A academia brasileira de letras reuniu parte dos intelectos conservadores, a exemplo do José Guilherme Merquior, pensador que se definia como liberal social, porém, o seu pensamento enquadra no conservadorismo liberal (Ideologia política que mistura as políticas conservadoras atuais com posições liberais em temas morais ou sociais. Introduz o suporte as liberdades civis e ao capitalismo, unido a algumas posições sócio-conservadoras.), Roberto Campos, economista e um dos responsáveis pela criação do Banco Mundial, do FMI e do BNDES, Miguel Reales, o poeta Bruno Tolentino e o filósofo Gustavo Corção.

A tradição conservadora no Brasil rendeu a organização da TFP (Tradição, Família e Propriedade, registrada no Brasil como sociedade brasileira de defesa da tradição, família e propriedade, uma organização civil de inspiração católica tradicionalista pautada na tradição católica. O movimento combate ás ideias maçônicas, socialistas e comunistas, propõe uma vigorosa reação contra-revolução, com base no amor á ordem cristã e na aversão á desordem.), fundada em 1960 pelo professor catedrático, deputado federal constituinte em 1934, escritor e jornalista, católico, o Plinio Corrêa de Oliveira. Em 1990, nascia o Partido de Reedificação da Ordem Nacional, PRONA. Definido por uma parcela da mídia como conservador, o partido foi fundado e presidido pelo médico cardiologista, deputado federal, Enéas Carneiro. 

O século XXI, marcou o fim dos partidos e movimentos citados nos parágrafos acima. Um novo tempo, um novo século, a esquerda, o socialismo, o comunismo, e todos os movimentos divergentes, principais rivais e responsáveis pela existência do conservadorismo, ganharam força e assumiram o tão desejado poder. Algumas agremiações políticas que representam os ideais conservadores se fundiram a outros, mudaram os nomes, e sobreviveram até 2014. Caso do Partido Progressista (PP) e do Democratas (DEM), tidos como as agremiações políticas que representam os ideais conservadores. Alguns políticos adotaram para si posturas claramente conservadoras, como o deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSC), o presidente nacional do Partido Social Cristão (PSC) Pr. Everaldo, Levy Fidélix (PRTB) e Denise Abreu, assumidamente conservadora, foi pré-candidata a presidência da republica pelo Partido Ecológico Nacional (PEN) em 2014. 

Os altos escândalos de corrupção e o descontentamento da mídia, levaram em 2016 a “queda política” da ex-presidente Dilma Rousseff, representante da esquerda e do “anti-conservadorismo” no poder. A partir deste momento a direita, a mídia (não conservadora), e os movimentos conservadores, passarão a ganhar força e novos adeptos. É comum nos momentos de crise econômica, política e moral, aparecerem “salvadores da pátria” com discursos altamente solucionadores e que faz com quê grande parcela da população voltem a pensar nos tempos passados, onde, o esquema de corrupção existia mas era abafado pela mídia altamente prostituta; o desemprego era menor e a prosperidade era a “bola da vez”; a insegurança não existia, o policial era temido, valorizado e respeitado por todos; o SUS no seu auge atendia a todos, e é claro, a diferença sexual, religiosa e até mesmo financeira eram repudiadas, amordaçadas, reprimidas. Uma sociedade direcionada a crença da falsa moral, ética, e os maus, ou melhor, bons costumes; sociedade, esta, guiada pelo ódio. Os novos adeptos do conservadorismo também são neoliberais, defendem ideias políticas e econômicas capitalistas onde o estado não tem participação na economia, acreditam que deve haver total liberdade de comercio, pois, ao ver dos mesmos, este princípio garantirá o crescimento econômico do país.  Os neoliberais defendem a mínima participação estatal nos rumos da economia de um país; pouca intervenção do governo no mercado de trabalho; política de privatização de empresas estatais; livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização; abertura da economia para a entrada das multinacionais; adoção de medidas contra o protecionismo econômico; desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas; diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente; posição contrária aos impostos e tributos excessivos; aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico; contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços; a base da economia deve ser formada por empresas privadas; defesa dos princípios econômicos do capitalismo.

Em suma, entendemos que o movimento conservador está ganhando força devido o frágil momento de crise politica, econômica e moral que o Brasil esta enfrentando. As pessoas tem o desejo de retornar a “tranquilidade” do passado. Fiquem atentos! O conservadorismo luta pelo retrocesso, pelo o não progresso no que se diz respeito as diferenças. Alcançaremos a mudança através de verdadeiras reformas, quando o respeito for uma ideologia nacional, a moral e a ética estiver acima do bem comum, e em determinados momentos do bem coletivo. 

REFERÊNCIAS:

http://tradutoresdedireita.org/os-dez-principios-conservadores/

https://direitasja.com.br/2012/12/31/conservacao-da-moral/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Conservadorismo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tradicionalismo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gradualismo

http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/colunistas/bruno-garschagen/historia-e-tradicao-do-conservadorismo-brasileiro-8qlhl00pnfgvr3cb27qln44gp

http://www.suapesquisa.com/geografia/neoliberalismo.htm